Um amigo meu sempre dizia: “Pode faltar luz, água internet e até estoque, mas se não tivermos uma equipe motivada não vamos a lugar algum”.
Recentemente saiu a notícia de que o Brasil havia caído 21 posições (indo para 78º lugar) no ranking de capital humano do Fórum Econômico Mundial. Este índice mede como 124 países estão desenvolvendo e aplicando seus recursos de pessoal de forma produtiva ao longo do tempo. “Talento, não capital humano, será o fator chave ligando inovação, competitividade e crescimento no século XXI” disse Klaus Schwab, fundador e presidente do fórum.
E aí qual a importância que você dá para o capital humano na sua empresa? Você investe de verdade na sua equipe de merchandising?
A valorização é um dos assuntos mais debatidos e mais cobrados pelos promotores de vendas atualmente, por isso resolvi abordar o tema nesse artigo.
É fato que se perguntasse a qualquer promotor de vendas qual o fator que ele acha que precisa ser melhorado no que tange à valorização do profissional de merchandising, na maioria das vezes vamos escutar a seguinte resposta: “O salário”.
Esse é um assunto que gera muito discussão e desconforto de ambas as partes. Se eu disser que os promotores estão errados eu seria muito hipócrita, mas se perguntarmos a qualquer trabalhador, independente da área de atuação, sobre a remuneração salarial no Brasil vamos perceber que esse problema é bem maior do que pensamos. Então discutir esse assunto, é socar o vento, sabemos que é preciso uma mudança muito grande na política, cultura, educação e muitos outros fatores que tornam as coisas mais complexas. Isso quer dizer que não há solução? Sim existe solução e já conseguimos ver casos de empresas que faz muito sucesso justamente por valorizar a sua equipe de promotores.
A grande verdade é que as empresas que pagam baixos salários para alguém com tanta importância como o promotor de merchandising, está na verdade criando limites que vão afetar diretamente o desempenho desse profissional e por conseqüência, os resultados da empresa. A menos que não queira um profissional de merchandising e sim apenas um “repositor” não deve se preocupar com o assunto, caso contrário deve analisar com carinho o tema.
Mas é possível falar em melhores ganhos sem falar necessariamente em salário. Que tal trabalhar com bonificações, ou no que podemos chamar de meritocracia.
Trata-se de um sistema de recompensa baseado em metas, ou seja, um pagamento monetário extra-salarial feito a promotores que cumpriram uma meta estabelecida. O promotor é pontuado de acordo com o cumprimento de suas responsabilidades tais como: Horário de chegada, realização do roteiro, pesquisas, horário de saída, entre muitas outras tarefas essenciais para o bom desempenho desse profissional no PDV.
Reconhecer um profissional pela sua dedicação e cumprimento de metas pode ser uma tarefa simples, mas ao mesmo tempo pode gerar um desconforto tanto para o gestor quanto para sua equipe. É importante que haja transparência e que o promotor entenda que o modelo é justo, aplicável e mensurável. Quando a empresa e os lideres aplicam de maneira correta a política de meritocracia se consegue reprimir qualquer sentimento de injustiça ou qualquer outro tipo de desconforto por parte do profissional.
Algo muito importante relacionado à meritocracia é que quando estipular um valor que seja significativo e que seja realmente um fator motivador. Caso contrário, o tiro vai sair pela culatra e o que seria para valorização se torna mais um meio de desvalorização de sua equipe de merchandising.
Traçar um plano de carreira significa estabelecer um meio de desenvolvimento profissional dentro da empresa, o que chamamos de valorizar a “prata da casa”. Devemos abrir a oportunidade para que os promotores da nossa equipe sejam valorizados por serem promovidos dentro da empresa, ou pelo menos saber que podem ter essa oportunidade. A função do verdadeiro líder é descobrir quem tem o potencial para isso e ajudá-lo a desenvolver mais qualidades que lhe proporcionarão assumir novas responsabilidades.
Por experiência própria posso afirmar que as empresas que fazem isso demonstram um grande respeito pelo trabalho desse profissional e não só isso, demonstra que dão valor ao trabalho precioso que realizam.
Supervisores ou coordenadores de merchandising são peças fundamentais que podem contribuir e muito para a valorização e motivação da equipe de merchandising.
No entanto o promotor deve ter a visão de que o coordenador seja seu parceiro, alguém que seja uma influencia positiva e que se tenha toda certeza que se pode seguir, pois se fizer isso resultará no fortalecimento de todos como grupo.
E como se consegue isso? Sem fazer rodeios, eles devem ter um perfil de lideres e não de chefes. Como assim?
Lideres são aqueles que conseguem tornar um ambiente agradável para aqueles que serão liderados.
Chefes, por outro lado, têm o estigma do carrasco, temidos e ao mesmo tempo desprezados. Mas essa dicotomia não precisa existir. Muitos gestores, inclusive, defendem que há certas posturas do chefe que são fundamentais para as organizações, concordo com isso, mas não entra no nosso contexto no momento.
De uma maneira bem prática o coordenador de merchandising deve criar oportunidades para trabalhar com cada membro de sua equipe e ao visitar as lojas do roteiro do promotor deve focar não em erros e defeitos ou em apenas apontar problemas. Quantas vezes eu mesmo quando era promotor de vendas esperava pelo menos um elogio do meu coordenador, coisa que não acontecia. Se você é um coordenador de merchandising pense nisso, às vezes um simples elogio pode motivar e muito o promotor. E há muitas razões para fazer isso, elogie um trabalho diferenciado que o promotor fez um espaço que ele conquistou sem custo algum para empresa, um cross merchandising bem aplicado, etc.
Enfim há muitas razões e maneiras de mostrar que valorizamos os profissionais mais importantes do varejo, mas para isso precisamos olhar para eles como sendo importantes, quando todos conseguirem ter essa visão as coisas vão estar bem diferentes. Forte abraço a todos e boas vendas!